Base de dados da ISSMGE tem mais de 28 mil downloads em um ano. Brasileiros lideram ranking - ABMS
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Base de dados da ISSMGE tem mais de 28 mil downloads em um ano. Brasileiros lideram ranking

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30/10/2015

digitalfiles-internaDisponível desde 2014, a base de dados do Comitê Técnico de Obras Subterrâneas (TC 204) da ISSMGE - International Society for Soil Mechanics and Geotechnical Engineering - já teve mais de 28 mil downloads. O Brasil lidera o ranking dos países que mais utilizaram a base de dados desenvolvida pelo Comitê Técnico da entidade. Dentre os autores mais baixados, está o ex-presidente da ABMS, Arsenio Negro, ocupando o 6º lugar no ranking de autores com mais de 500 downloads realizados. O download dos 821 trabalhos técnicos é gratuito. Tudo está catalogado por congresso, seção técnica no evento, título, páginas e autores. O engenheiro Tiago G. S. Dias, associado à ABMS, apresentou no começo de outubro o relatório com os resultados da iniciativa à entidade. "O alto número de downloads - mais de 28 mil - em tão pouco tempo é uma conquista histórica para o Comitê", diz, no relatório. "E deixa clara a eficiência das bases de dados online para alcançar um número maior de pessoas interessadas nos trabalhos técnicos". "Não é preciso fazer nenhum tipo de registro para a base de dados", explica Tiago Dias. "Acreditamos que esse tipo de controle só dificulta o acesso dos usuários que não conhecem o Comitê ou que não tiveram acesso aos eventos, e que são o foco desse trabalho". A base de dados pode ser acessada pelo endereço http://www.issmge.org/en/tc204-paper-database e os downloads dos arquivos não têm nenhum custo, podendo ser realizados por qualquer pessoa, associada ou não à ISSMGE. Desenvolvimento da base A criação de uma base de dados online teve início a partir da ideia de Tiago Dias e do professor Adam Bezuijen, atual presidente do Comitê Técnico. A página foi lançada durante o último simpósio internacional "Geotechnical Aspects of Underground Construction in Soft Ground", organizado pelo TC204 em Seul, na Coreia do Sul, em 2014. A motivação para o desenvolvimento dessa base foi justamente a falta de acesso por parte dos estudantes e profissionais ao redor do mundo a materiais ricos em conteúdo técnico, que comumente ficam restritos a alguns participantes de congressos e seus respectivos colegas. "A comunidade técnica é generosa no que diz respeito à troca de conhecimento e de materiais entre si", esclarece o engenheiro. "No entanto, no caso de algum estudante ou profissional não ter participado do evento em questão e não ter contato com alguém que tenha participado, será difícil para essa pessoa conseguir o material apresentado no evento de outra forma. É por isso que se torna útil manter uma base de dados online com esses trabalhos". Além disso, Tiago Dias que acredita que apenas a distribuição dos trabalhos em formato de livros ou em pen-drives, durante ou após os congressos, limita a visibilidade do conteúdo e do próprio autor do trabalho. "Em dois anos a partir da data do evento, pode-se dizer que a distribuição dos trabalhos praticamente acaba", esclarece. "A partir desse ponto, não há nenhum benefício para os autores, cujos trabalhos perdem visibilidade; para a editora [dos anais impressos], que não ganha mais nada com aquele evento; e principalmente para a comunidade de engenharia, que perde o acesso a conteúdos técnicos de altíssima importância acadêmica e prática", diz. "Por isso, nosso objetivo é que todos os trabalhos já publicados nos eventos organizados pelo Comitê estejam disponíveis para qualquer pessoa, sem nenhum custo". O processo de implantação da base foi simples. Os anais - que foram distribuídos em livros - de sete eventos organizados pelo TC204 entre 1994 a 2002 foram copiados em Brasília. Suas cópias foram enviadas à Bélgica e suas páginas foram digitalizadas em algumas horas, gerando 4 gigabytes de imagens. A partir daí, foram utilizados, em conjunto, programas que compactaram e transformaram as imagens em arquivos PDF pesquisáveis. "São arquivos de sete eventos, totalizando 821 trabalhos, que cabem na memória de um smartphone e podem ser baixados em alguns segundos por qualquer pessoa no mundo", explica o engenheiro. Acessos Desde a inauguração da base de dados em 2014, foram contabilizados 5.784 acessos à página. Desses acessos, 20% foram feitos por usuários no Brasil, que lidera o ranking de países que mais acessam a base. Em seguida está a Colômbia (7%), Ucrânia (6%) e Singapura (5%). Quanto ao número de trabalhos, foram contabilizados 28.447 downloads - uma média de 34 por trabalho. Por evento, foram feitos 4.063 downloads em média. "É interessante ver que 63% de todos os downloads foram feitos de conteúdos que antes estavam disponíveis apenas em formato impresso", diz Tiago. Próximos passos Atualmente, a base de dados conta com trabalhos de eventos de 1994 a 2011 e continua em expansão. Os trabalhos do último Simpósio Internacional organizado pelo Comitê, realizado em 2014 em Seul, deverá integrar a base de dados em 2016. "O evento "Geotechnical Aspects of Underground Construction in Soft Ground" do Comitê será realizado no Brasil, em 2017, juntamente com o Congresso Brasileiro de Túneis e o Seminário Latino Americano de Túneis. Os trabalhos destes eventos também integrarão a base em 2019, e assim sucessivamente", adianta Tiago Dias.

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