Entidades técnicas precisam ter participação mais efetiva no debate público - ABMS
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Entidades técnicas precisam ter participação mais efetiva no debate público

Notícias

30/05/2014

O presidente da ABGE (Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental), Geol. Adalberto Aurélio Azevedo, acredita que é muito importante a cooperação entre entidades irmãs para uma participação mais efetiva no debate público de temas técnicos, envolvendo projetos e obras de públicas. A relação entre ABGE e ABMS vem se estreitando nos últimos anos, graças aos esforços das Diretorias de ambas as entidades. Esta aproximação já resultou em participações em eventos relevantes do meio técnico. No editorial abaixo, Adalberto Azevedo mostra que acredita ser importante dar um passo a mais. É preciso agora coordenar a tomada de posições por parte das associações técnicas sobre relevantes temas de interesse público. O objetivo é mostrar que a comunidade técnica tem soluções para inúmeras obras projetadas ou já em andamento no país. Leia a íntegra do Editorial de Adalberto Azevedo. "Os diferentes olhares e visões, característicos de profissionais de áreas diferentes, podem, às vezes, passar a impressão de algo conflituoso. Mas as entidades irmãs precisam saber lidar com essa diferença e tirar proveito dela. Os diferentes olhares trazem enriquecimento às associações. E essa cooperação vem acontecendo de maneira bastante positiva no Brasil, com entidades como ABGE, ABMS, ABEF, SBG e tantas outras. No caso da ABGE e ABMS, essa relação vem se estreitando por meio de participações em eventos e publicações. Ainda não é uma cultura plenamente instalada, mas, atualmente, sempre há convites para que a ABMS participe dos eventos da ABGE e vice-versa. Essa aliança poderia e deveria ir além, com a elaboração de diretrizes técnicas, por exemplo. Um dos graves problemas enfrentados pela engenharia hoje é a investigação geológico-geotécnica nos locais de implantação de obras. ABMS e ABGE deveriam somar esforços e elaborar diretrizes tanto para a execução quanto para a classificação de sondagens. Grande parte dos problemas que são observados nas obras de engenharia decorrem de situações que poderiam ser solucionadas no início do projeto, com uma boa campanha de investigações, bem executada, mas, principalmente, bem posicionadas em relação aos condicionantes geológicos de estabilidade das obras. Outra questão que cabe às entidades técnico-científicas é o debate de situações que acontecem no Brasil e a busca de um posicionamento técnico diante delas. Um exemplo interessante é a duplicação do trecho de serra da BR 116 - Rodovia Régis Bittencourt. A solução ficou parada durante anos e, enquanto isso, mortes aconteciam diariamente. Salvo engano, não houve manifestação de nenhuma associação apontando qual deveria ser a melhor alternativa para a duplicação. Poderia ter havido um debate sobre o assunto, uma análise das condições e um posicionamento técnico que poderia ter sido apresentado às autoridades pelas associações. Este é um papel que as entidades devem assumir juntas - o de promover debates, tirar conclusões técnicas e apresentar um posicionamento, em forma de documento, às autoridades e à sociedade. Vamos sentar juntos, conversar e traçar um plano de ações para beneficiar não apenas a comunidade técnica, mas a sociedade como um todo. ABGE e ABMS já deram os primeiros passos nesta direção, mas ainda há muito a ser feito. Contamos com o apoio e a participação de toda a comunidade técnica para que os laços entre as associações se estreitem e que o resultado disso seja em benefício da sociedade. Adalberto Aurélio Azevedo Presidente da ABGE

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