Francis Bogossian é eleito presidente da Academia Nacional de Engenharia

O engenheiro Francis Bogossian é o novo presidente da Academia Nacional de Engenharia (ANE). Ele venceu as eleições realizadas no dia 20 de abril de 2017, depois de ocupar a Vice-Presidência da entidade por dois mandatos, ao lado do então presidente, Paulo Vivacqua. Ex-presidente da ABMS e do Clube de Engenharia, Bogossian se diz agora "feliz pela oportunidade de continuar os trabalhos iniciados nas gestões anteriores, que permitiram reestruturar a Academia". (Na foto: Francis Bogossian - último da esq. à dir. - discursando à Assembleia)
As eleições foram bem disputadas. A chapa "Prosseguir", liderada por Bogossian, venceu com 69 votos em uma Assembleia com mais de 100 votantes, fato inédito na história da ANE.
A diretoria eleita para o triênio 2017-2020 da Academia é composta também pelo vice-presidente Flavio Miguez de Mello (presidente honorário do Comitê Brasileiro de Barragens), além dos diretores Alberto Sayão (ex-presidente da ABMS), Edival Ponciano de Carvalho, Mário Menel da Cunha, Sandra Schelling e Luiz Autran. Miguez, Sandra e Sayão também integravam a diretoria anterior e foram agora reeleitos com Bogossian para o próximo triênio.
O vice-presidente eleito da Academia, Flavio Miguez, destaca outros associados à ABMS que foram eleitos para a Comissão Fiscal da entidade. "Fernando Olavo Francis e José Eduardo Moreira, que muito colaboraram na direção da Academia, também farão parte desta gestão", comenta. "Apesar de serem poucos os acadêmicos na gestão da ANE, muitos deles são geotécnicos".
Desafios
Um dos principais desafios que a nova diretoria promete superar nesta gestão é tornar a entidade mais reconhecida nacionalmente. "Vamos procurar trabalhar junto às autoridades competentes para que a ANE seja considerada e respeitada - tal como acontece, por exemplo, com a Academia dos Estados Unidos", adianta o presidente.
"Nos Estados Unidos, a National Academy of Engineering é fonte regular de consulta pela Presidência da República, sempre que questões técnicas importantes precisam ser decididas. No Brasil, queremos o mesmo reconhecimento para a ANE, de modo a que possamos contribuir, com isenção, para o desenvolvimento da engenharia", diz.
Bogossian conta com a força do quadro de membros da ANE para isso. "Ainda que seja uma entidade jovem, com 26 anos de existência, os seus quase 200 membros foram selecionados com rigor, por um Comitê de Seleção, que analisa os currículos de cada possível candidato", explica o presidente eleito. "E temos na Academia especialistas nas várias outras áreas da engenharia. "
Flavio Miguez realça que o rígido critério de seleção passa também por pela análise minuciosa do Comitê de Ética e, posteriormente, pela Assembleia.
Outro desafio será levar a entidade às instituições de ensino. "Os acadêmicos, cada um em sua especialidade, devem se dispor a visitar escolas e centros universitários para estimular os jovens a conhecer melhor a engenharia", declara Bogossian. Para isso, no entanto, é preciso investimento, recursos.
"A Academia não cobra anuidade obrigatória de seus membros, ela é voluntária. Mas precisamos de fundos para viabilizar as ações propostas de palestrantes que viajarão Brasil afora. Queremos também procurar apoio financeiro com o Ministério da Ciência e Tecnologia, por exemplo, além de empresas que possam nos apoiar. Esse é outro passo".
De acordo com Alberto Sayão, ex-presidente da ABMS e diretor da ANE, a nova diretoria irá se reunir no dia 28 de abril para definir as ações imediatas. "Uma delas será, certamente, propor uma maior colaboração com a ABMS e o CBDB, com a realização conjunta de eventos sobre as grandes obras recentes da engenharia, para tentarmos recuperar um pouco do prestígio afetado por essa má fase da engenharia nacional".
Apoiando a proposta de Sayão, Miguez realça que nos anos recentes a ANE tem trazido à discussão os mais importantes temas para a engenharia em associação com a ABMS, o CBDB, o Clube de Engenharia, o Instituto de Engenharia, entre outras entidades técnicas, além de universidades.
Essas e outras ações foram propostas no Programa da chapa vencedora.
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Experiência
Francis Bogossian conta com a sua experiência em gestões anteriores da ANE e na liderança de outras entidades para levar adiante as ações propostas aos acadêmicos.
"Aprendi no Clube de Engenharia a "aproveitar" o conhecimento e a experiência de engenheiros de diferentes áreas, independentemente de qualquer individualidade, ou se o engenheiro fez ou não parte de outra chapa eleitoral que não foi vencedora em determinada votação", conta o engenheiro.
"Escolhia os especialistas para compor comissões sobre os temas que conheciam profundamente, não importando se não eram da minha chapa, assim como convidava outros membros a unirem forças com a nossa diretoria, em prol dos interesses da entidade para a qual fui eleito. Isso é algo que vou procurar fazer também na Academia", ressalta Francis.
A Academia Nacional de Engenharia
A ANE conta com nomes ilustres em sua história. Foi idealizada pelo ex-presidente da ABMS, professor Antônio José da Costa Nunes, que veio a falecer pouco antes da sua fundação oficial. Foram membros os professores Milton Vargas e Victor de Mello, também ex-presidentes da ABMS. "Integra ainda a ANE o renomado professor Fernando Barata, nome reconhecido na área da engenharia de fundações", completa Sayão.
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