Integração e melhora do nível profissional são os principais desafios do novo vice-presidente
Internacionais
26/07/2013

A experiência
Participei da formação de engenheiros civis por cerca de 35 anos em minha atividade acadêmica. Ao longo deste tempo, vivenciei momentos de euforia, como a década de 70 - o Milagre Brasileiro, e momentos de profunda estagnação, sem mercado de trabalho para os egressos da universidade. A falta de desenvolvimento, durante muito tempo, resultou numa infraestrutura limitada em todo o território nacional e desestímulo pela carreira de engenheiro. Esta certamente é uma realidade nos demais países da América do Sul, resguardadas as peculiaridades de cada país. O continente precisa de mais e melhores estradas, portos, aeroportos, parques de geração de energia, hidroelétricas, parques industriais, transporte urbano de massa, implantação de infraestrutura na área de petróleo e gás, entre outros. No entanto, vejo que temos na região uma enorme carência na formação de número satisfatório de engenheiros capazes de enfrentar estes desafios e tornar promissor o mercado profissional. Durante o período de presidência da ABMS tive a oportunidade de conhecer regiões em franco desenvolvimento, com parques de equipamentos e competência profissional diferenciada face ao passado, como o Centro-oeste e o Nordeste. É oportuno lembrar que o desenvolvimento brasileiro em engenharia civil foi realizado sempre com "know how" exclusivamente nacional. Precisamos atrair para a profissão e formar mais e melhores engenheiros, e a área de geotecnia certamente estará aquecida por um bom período neste futuro próximo. Com o desenvolvimento acelerado do conhecimento e tecnologia, novos processos, novas técnicas, novas ferramentas estarão disponíveis e cada vez mais contribuirão para uma melhor prática. E somente o intercâmbio e aproximação tornarão isso possível. Os desafios são cada vez maiores. Obras são realizadas em condições extremamente adversas. A escala dos problemas aumentou de forma significativa. Para o enfrentamento dos problemas colocados vemos não somente o avanço no desenvolvimento de equipamentos e processos construtivos, mas também a diversificação de prestadores de serviços de tecnologia avançada, implementação de instrumentação e controle, fornecedores e operadores qualificados de ferramentas modernas de análise, ensaios de campo e laboratório, assim como campos novos fora da tradicional prática de geotecnia, que abre espaço para um número significativo de novos profissionais com formação avançada e necessitando de permanente atualização de conhecimentos. A formação continuada se faz necessária como nunca por todos os aspectos. A promoção da integração e a melhoria do nível profissional são desafios permanentes. Estou frente a uma nova etapa que espero desempenhar de forma positiva com a colaboração da comunidade geotécnica brasileira e dos demais países. A mobilização e o incentivo à participação de todos certamente é o maior desafio. Jarbas Milititsky Vice-presidente da ISSMGE para a América Latina Ex-presidente da ABMSTemas relacionados: